Liberdade?

"LIBERDADE É POUCO. O QUE DESEJO AINDA NÃO TEM NOME" (PERTO DO CORAÇÃO SELVAGEM)
Clarice Lispector





sexta-feira, 15 de novembro de 2024

MARQUITO - A HISTÓRIA

Essa é uma história diferente. Sabemos a origem dela, quando, como e onde começou. Há muitos e muitos anos, havia uma linda menina chamada Aline.... ah, é eu sei que só umais uma história como outra qualquer. Vamos inverter o cenário e começar do fim. Hoje eu sou uma mulher de 47 anos e eu sempre, sempre sempre gostei muito de histórias e desde muito pequena eu pedia "mãe, mãe, manhê, conta uma história"! Era assim TODOS OS DIAS. Um dia, já cansada de repetir Branca de Neve, Cinderela, Chapeuzinho Vermelho e as tradicionais histórias infantis... minha mãe criou uma história totalmente nova, diferente de todas as outras que eu já tinha escutando. A história é a seguinte: MARQUITO "Havia um menino chamado Marquito que morava perto de uma floresta com a sua vó. Ele era um garoto muito esperto, adorava brincar e era muito travesso Um belo dia, ele queria pescar e bem cedo foi pegar minhocas para levar em sua pescaria.Saiu antes mesmo da vovó levantar. Passou o dia no riacho, até quase o sol se por e apanhou vários peixes para levar para a vó preparar. Voltou contene com os peixes dentro da cesta, já imaginando como a vovô iria prepara-los para comer - gostaria que ela os fritasse, pensou. Ele estava faminto, passou o dia todo fora de casa e só havia tomado um leve café da manhã. Quando a vovó se levantou e viu que Marquito não estava em casa, logo imaginou que ele havia saido e arrumado algo para reinar, como era seu costume. Ela então decidiu preparar uns bolinhos de chuva que Marquito adorava, pois, ele certamente chegaria com fome. Nesse meio tempo, Marquito estava já perto de casa e sem demora sentiu o cheiro dos bolinhos de chuva que ele adorava e ficou alegre. De repente, ouviu seu estomago roncando de fome, então se lembrou que a vovó não o deixaria pegar os bolinhos antes de terminar de frita-los e ele sabia que não iria aguentar esperar, já que estava faminto. Assim ele bolou um plano: como estava escuro,ele subiria no telhado e iria roubar os bolinhos da vovó enquanto ela ainda fritava. Chegou bem devagar perto de casa, subiu ao telhado sem fazer barulho e tirou um telha bem em cima de onde estavam os bolinhos; pegou sua vara de pescar e enquanto a vovó se virava para colocar mais bolinhos da panela, ele jogava a vara sobre a tigela, fisgava um de cada vez e comia. Logo a vovó percebeu que os bolinhos estava sumindo enquando ela fritava e sem saber o que estava acontecendo ela falava: "Fusta fusta seu gatinho, tá comendo meus bolinhos; Fusta fusta seu gatinho, tá comendo meus bolinhos". No meio de sua travessura, Marquito achou muito engraçado a vovó confundi-lo com um gato e continuou pegando os bolinhos, porque ainda estava faminto e eles estavam deliciosos. Novamente a vovó notou que faltava bolinhos na vasilha e repetiu "Fusta fusta seu gatinho, tá comendo meus bolinhos; Fusta fusta seu gatinho, tá comendo meus bolinhos, acreditando que deveria ser um gato preto a roubar os bolinhos sem deixar vestígios. Marquito repetiu a façanha mais algumas vezes sem que a vovó percebesse que não havia gato nenhum, porém, o garoto não consegui parar de rir ao escutar a avó enxotando o gatinho Nesse momento menino perdeu o equilibrio e caiu de cima do telhado, fazendo com que a vovó finalmente descobrisse que era ele que estava roubando os bolinhos, então, ficou muito brava com ele por te-la assustado, colocou- o de castigo, sem poder comer os bolinhos até acabar de frita-los. Ao levar os bolinhos para ele comer, repreende-o: "Marquito, meu neto,porque você estava roubando os bolinhos?" "Eu estava com fome vovó e achei que a senhora não me deixaria pegar enquanto estivesse fritando, não queria esperar". "Mas eu estava fritando os bolinhos para você Marquito, sabia que estaria faminto, bastava me pedir que eu com certeza te deixaria pegar alguns, você poderia ter se machucado com o tombo." "Prometa para mim que não fará mais isso", vovó pediu. "Está bem vovó" respondeu Marquito,"eu prometo que sempre irei pedir quando quiser alguma coisa". FIM Por: HELENICE APARECIDA BOLDRIN BELTRAME Os anos se passaram e como eu sou a mais velha de três irmão, a história do Marquito virou uma tradição na nossa família, na nossa casa em dias de chuva com trovoadas, minha mãe morria de medo, colocava nós três em cima da cama dela, apagava todas as luzes da casa, tirava todos os aparelhos eletronicos da tomada e começava contar histórias, quando acabavam as histórias ou ela estava sem paciência brincavamos de sério ou "Vaca amarela" - é uma boa lembrança da infância. Quando a minha filha nasceu, há pouco mais de 15 anos, minha mãe contava a historia do Marquito para ela também, e era a história que ela mais gostava que a vovó Nice contava. Tem mais uma história que ela sempre contava que um dia volto para contar - se chamava "RABO DE CAVALO".

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